Flexibilidade Cognitiva – a décima competência

2021-03-11 19:53:50 - Censupeg

Prof. Fernando Novais da Silva

À medida que o mundo vai evoluindo os seres humanos vão se adaptando e assim também é na educação, a educação do século XXI nunca mais será a mesma. Todos as pessoas precisarão se desenvolver constantemente sem um final moldado, elas terão carreiras que se movimentarão a medida que o mundo se movimenta. A adaptabilidade foi um dos pontos chave discutidos no Fórum Econômico Mundial sobre as competências essenciais para o século XXI, entre elas a Flexibilidade Cognitiva – a décima competência.

Darwin dentro de sua sapiência e excesso de questionamentos, utilizando a sua habilidade de resolução de problemas complexos e pensamentos críticos em sua pesquisa sobre a origem das espécies, entendeu que a seleção natural é um processo semelhante à seleção artificial, empregada consciente ou inconscientemente pelo criador de animais ou pelo criador de plantas ornamentais para produzir novas variedades.

A seu ver, Darwin descreveu o processo evolutivo como lento e gradual. A seleção natural age sobre variações leves que ocorrem ao acaso dentro de uma população, preservando aquilo que for útil para os organismos.

Essas variações são transmitidas aos descendentes. Como nasce um número maior de indivíduos do que poderia sobreviver, segundo Darwin, nem todos que nascem devem permanecer, existe uma luta pela existência. Nessa luta sobrevivem os indivíduos mais aptos, que deixam descendentes. Ou seja, sobrevivem os que se adaptam não os mais fortes nem os mais inteligentes.

Um bom parâmetro para saber qual caminho seguir é acompanhar o que foi dito no Fórum Econômico Mundial e buscar se desenvolver e adquirir as competências do século XXI.

Competências do século XXI segundo o Fórum econômico Mundial

Solução de problemas complexos: resume-se a habilidade de desenvolver soluções de problemas inéditos, mal definidos em contextos inseridos na complexidade do mundo atual.

Pensamento Crítico: O início do texto tem Darwin com seus pensamentos questionadores, sempre críticos, perguntando profundamente sobre as situações e não aceitando cenários e realidade impostos, isso é um pensamento crítico. O uso da lógica e do raciocínio para questionar, criar e desconstruir realidades e analisar cenários.

Criatividade: segundo a rede social LINKEDIN essa foi a competência mais solicitada em 2019. O profissional criativo terá condições de resolver problemas de qualquer natureza e é uma das principais dores do mundo é a dificuldade de encontrar profissionais criativos.

Gestão de pessoas: o mundo é feito de pessoas, as empresas são feitas de pessoas e todas as empresas trabalham para atender os desejos das pessoas e são pessoas que trabalham nessas empresas. Em nenhum contexto que você estiver terá alguma situação que não tenha relação com as pessoas, portanto, entenda de pessoas e terá impacto onde você atuar.

Colaboração: A arte de lidar com pessoas constantemente em busca de um bem coletivo. A grande diferença dos outros formatos coletivos é que quando você colabora você internaliza o objetivo, e trata como seu, diferente de ajudar ou cooperar com o objetivo de outros.

Inteligência emocional: Para lidar com o mundo VUCA. é preciso muito controle emocional, não podemos abrir espaço para as duas doenças do século ansiedade e depressão, o espaço deve ser preenchido por um comportamento de autoconhecimento, no poder de realização das pessoas e na habilidade de estar presente e dar atenção genuína aos acontecimentos do agora. Em relação ao mundo VUCA, refere-se ao acróstico volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Julgamento e tomada de decisão: mais do que nunca é preciso tomar decisões assertivas, não ignorando o feeling dos empreendedores, mas as decisões devem e serão tomadas em cima de dados, portanto os profissionais e empresas precisam ter os dados sobre todas as inserções que acontecem nas organizações. Os dados são a nova moeda do século XXI e apartir deles sairão todos os indicadores de sucesso e insucesso das empresas.

Orientação para serviços: César Sousa em seu livro Clientividade, aborda um bordão de respirar clientes desde o café da manhã, quando o assunto é serviços, nos remete ao ato de servir, isso quer dizer que as organizações “deverão aprender a antecipar rapidamente os novos valores dos clientes, traçarem estratégias para percorrer o caminho do cliente antes dele, compreender o formato mais confortável e prazeroso de forma a torna-lo cada vez mais informado sobre processos envolvidos nos serviços comprados ao ponto de gerar o encantamento e não apenas a satisfação, isso precisa ser feita em toda cadeia produtiva, que envolve pessoas que em diversos contextos são clientes, e em suma são o objetivo do serviço.

Dominar a orientação a serviços envolve entrar nas mentes dos usuários e pensar sobre o que eles valorizam, temem e não gostam; bem como desenvolver novos produtos ou adaptar serviços para preparar sua empresa ou marca para o futuro.

Negociação: Somos seres sociais, portanto, precisamos ter habilidades relacionais aguçadas para vivermos entre si e para conseguirmos explicar de forma assertiva e genuína alguma ideia e a habilidade de negociação remete a essa assertividade com um poder de argumentação elevado ao ponto de influenciar o outro.

Flexibilidade Cognitiva – a décima competência: Mesmo sendo classificada como a décima na lista do fórum mundial, ela praticamente inclui todas as outras em seu contexto, flexibilidade cognitiva refere-se ao quão rápida e facilmente você consegue se adaptar a novos cenários, novas abordagens, novos estímulos e realidades, em diferentes sistemas de pensamento.

Quanto mais adaptabilidade você tiver, mais flexível você será, portanto mais rapidamente se adapta a novos padrões. Trata-se também de fazer associações únicas entre diferentes ideias, ou seja, mentalidade ágil.

As pessoas são diferentes e em grupo elas evoluem com o ecossistema, entenda essa velocidade e adapte-se a ela, isso é para você aluno, professor ou empresa.

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