O Neuropsicopedagogo Clínico pode atuar com TEA?
Qual o papel do Neuropsicopedagogo na equipe multidisplinar para atendimento de pessoas com TEA? Pode realizar testes ou dar diagnósticos? Descubra aqui.
2021-03-10 16:26:05 - Censupeg
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O Neuropsicopedagogo Clínico, na sua formação, habilita-se para avaliar crianças e adolescentes com queixa escolar, apontando suas habilidades, competências e dificuldades. Faz a intervenção nas áreas relacionadas à aprendizagem e encaminha a outros profissionais casos que não façam parte de sua atuação profissional.
Durante a avaliação neuropsicopedagógica com criança e/ou adolescente, se forem observados comportamentos sugestivos de TEA, o neuropsicopedagogo clínico poderá acrescentar ao seu protocolo de avaliação neuropsicopedagógica instrumentos abertos e validados na população brasileira, como o instrumento de triagem M-Chat e a escala CARS Childhood Autism Rating Scale.
Escalas de desenvolvimento e comportamento adaptativo, também poderão compor a avaliação, pois auxiliam na investigação das habilidades e competências do avaliando, bem como das dificuldades cognitivas, adaptativas e socioemocionais.
O M-Chat é uma escala construída com o objetivo de identificar, aos 18 meses, se uma criança apresenta risco de ter TEA; e a Escala CARS Childhood Autism Rating Scale é uma das escalas mais utilizadas como instrumento para avaliar a gravidade do autismo.
Para investigar o desenvolvimento, o neuropsicopedagogo clínico poderá fazer uso do Manual do Inventário Portage Operacionalizado – Avaliação de Desenvolvimento de Crianças de 0 a 6 (Williams e Aielo, 2018), que abrange cinco áreas de desenvolvimento: motricidade, cognição, linguagem, socialização e autocuidados, distribuídos por faixa etária de 0 a 6 anos, e uma sexta área – estimulação infantil – específica para bebês.
Como instrumentos de triagem de desenvolvimento, A Escala Bayley III avalia o funcionamento do desenvolvimento de bebês e crianças pequenas de 1 a 42 meses de idade. O Denver II avalia crianças do nascimento aos 6 anos nas áreas pessoal social, motor-fino adaptativo, linguagem e motor grosso. Para fazer uso desses instrumentos é oportuno ressaltar a necessidade de fazer o curso de aplicação, que normalmente é disponibilizado pelas editoras.
O Protea-R – Sistema de Avaliação da Suspeita de Transtorno do Espectro Autista, destina-se a crianças em torno de 24 a 60 meses de idade, especialmente àquelas não verbais, com suspeitas de TEA e outros transtornos da comunicação.
A escala adaptativa Vineland-3 avalia o comportamento adaptativo de indivíduos desde o nascimento até a idade adulta, com deficiências intelectuais e de desenvolvimento, Transtorno de Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), lesão cerebral pós-traumática, deficiência auditiva e visual e doença de Alzheimer.
Por outro lado, o neuropsicopedagogo clínico com formação ou especialização em TEA poderá fazer uso desses instrumentos com um olhar mais apurado (teórico e prático) e acrescentar ao seu protocolo de avaliação mais instrumentos específicos para avaliar e intervir nos quadros de Transtornos do Espectro Autista (TEA).
A natureza do atendimento de crianças, adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista é multiprofissional e geralmente faz parte dessa equipe, além do neuropediatra ou psiquiatra infantil, no mínimo, o neuropsicólogo, o fonoaudiólogo, o terapeuta ocupacional, o fisioterapeuta, o educador físico, o psicomotricista, o neuropsicopedagogo e o pedagogo, que com suas expertises atuam tanto na avaliação quanto no planejamento de intervenção, discutindo as técnicas, os métodos e as estratégias a serem utilizadas caso a caso.. A inserção dos pais e professores nos atendimentos faz parte do acompanhamento pois, por meio da psicoeducação, recebem orientações da equipe, auxiliando seus filhos e alunos na consolidação de comportamentos aprendidos, contribuindo para aprendizagens e melhoria da qualidade de vida.
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Autora:
Profa. Dra. Rita Russo