Valdemy Braga
Quem consome minha literatura sabe que uma de minhas dificuldades é escolher os títulos para as produções. Poder de síntese não compete a um poeta taurino (leia-se prolixo poeta polipolar). Mas se fosse, de fato, necessário colocar um título nesse conjunto de palavras que reúno para expressar meu sentimento sobre a última edição do Circuito Gastronômico “Sabores da Cidade Poema” seria o viral “Reagindo ao…”
Eu poderia nada falar. E nada me foi pedido. Mas sou impetuoso e como sempre digo: eu preciso falar, gente! Organizar um evento desse porte em meio a uma pandemia global não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando esse evento exige a participação ativa de diversas pessoas, empresas em um paradoxo atual de caminhar junto e manter um isolamento social. Eis o primeiro ponto intrigante dessa edição do circuito: isolar-se socialmente não significa solidão. Isolar-se socialmente numa tão ríspida pandemia pode significar inspirar-se de empatia pelo próximo e suas necessidades. E nesse lugar se estrutura o evento. Sensibilidade ao comércio e parceiros locais, diretamente prejudicados econômica, e até mesmo emocionalmente, pela quarentena.
Perdoe-me, caro leitor, o esquecimento de lhe dizer o que é o Circuito Gastronômico “Sabores da Cidade Poema”. Em poucas palavras, assim tentarei falar, é um evento promovido pela instituição Censupeg – São Fidélis-RJ com ênfase na promoção da culinária local, assim como a arte e cultura. Nesse último sábado aconteceu a quarta edição. O evento que aconteceu nos três primeiros anos durante todo um mês esse ano se apresentou num único dia, no formato de live com transmissão impecável pela internet. Contando com a participação de profissionais da área, professores e alunos da instituição, artistas, comércio e personalidades locais. Eis mais um ponto: o diferencial desse projeto desde o início foi a exaltação e investimento nas produções locais. Esse ano não foi diferente.
Eu cheguei, permaneci e sai em estado de absoluta elevação!
Deu-se de forma poética o desenrolar da transmissão. Percebia-se em sutileza o cuidado em cada detalhe, como cenário, decoração, apresentação, figurino dos que participavam, etc. E tudo construído no propósito de promover os atores que constroem a poesia da Cidade Poema (São Fidélis).
Como versos de uma estrofe de boa métrica os profissionais da área da gastronomia foram compartilhando suas receitas, truques, segredos, instigando os que os assistiam ao desejo de experimentar seus pratos. E muitos foram sorteados e enviados.
Foi lindo ver o artista veterano da cidade, Vicente de Paula, dividindo o mesmo palco com a jovem banda Black J. Vicente nos emocionando com seus clássicos e a banca nos surpreendendo com seu lançamento; e ainda nos presenteou com dois novos e jovens talentos, a Letícia Rodrigues e o Pess. Foi uma tarde de diversidade cultural!
E para rima ser perfeita a equipe de produção e transmissão deu um show de versatilidade e profissionalismo. Já imagino filmes sendo rodados na cidade com essa trupe!
Vale ressaltar o cuidado que os organizadores tiveram em seguir todo protocolo de proteção contra a contaminação pela COVID-19.
Como antes já disse, o meu desejo com essas palavras era por expressar meu respeito e admiração pela equipe que organizou essa edição do circuito. “Dai a César o que é de César…” E a essa equipe devemos, como cidadãos e empreendedores fidelenses, toda gratidão e carinho!
Muito obrigado, equipe Censupeg – São Fidélis-RJ, por mesmo em pleno ao isolamento social e insegurança me permitir me sentir acompanhado e seguro. Meu agradecimento especial para Tânia Maria pela generosidade de me permitir ser parte desse momento! Até 2021!