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O uso de ludicidade em sala de aula

Desde a infância, na escola, por diversos motivos existe a supervalorização de duas práticas, a leitura e a escrita. Pois a principal preocupação nas séries iniciais é a alfabetização. Na infância, nós temos o uso de ludicidade em sala de aula, quase que diariamente.

Os jogos e as brincadeiras se tornaram parte fundamental e essencial para a infância, sendo um direito adquirido, mas nem todas as crianças tem acesso a essa oferta, por diversos motivos e contextos.

A partir daí, surgem vários questionamentos, vamos abordar dois:

  1. Qual a relevância da ludicidade para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças que frequentam a Educação Infantil?

  2. A ludicidade só pode ser utilizada para a educação infantil?


Qual a relevância da ludicidade para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças que frequentam a Educação Infantil?


Compreendendo a Educação Infantil como local de aprendizagem e desenvolvimento, não apenas do cuidar como é historicamente vista pela sociedade, nosso objetivo é descrever e discutir como a ludicidade é significativa para o aprendizado e desenvolvimento das crianças na Educação Infantil.

Entretanto esse é o objetivo de todos os professores da Educação Infantil, o desafio é o como fazer isso.

Diversos estudos sinalizam para a educação infantil como direito, conceitos de aprendizagem e ludicidade na educação para a infância e desses estudos e análises realizadas considera-se que a criança historicamente era vista como propriedade da família e não como individuo com seus direitos garantidos socialmente.

A Educação Infantil não existia apenas para promoção de sua aprendizagem de forma lúdica, respeitando as suas particularidades, contemplando a pluralidade cultural, visando o respeito às diferenças e a busca da igualdade.

Entende-se que o ato de brincar é um direito da criança que promove a sua socialização, expõe a sua humanidade como ato de ser humano e o seu desenvolvimento integral.

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Após esse breve relato respondemos ao questionamento 1, de qual a relevância da ludicidade para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças que frequentam a Educação Infantil, mas e o questionamento 2?


A ludicidade só pode ser utilizada para a educação infantil?


Os seres humanos, entram em um looping infinito já divulgado em diversas teorias evolucionistas ancorando bases do capitalismo, somada a rotina, originada dessa base que faz com que várias competências e questionamentos feitos durante a infância, fiquem na lembrança e caem no esquecimento.

Entretanto, após o ensino fundamental, ensino médio, e muitas vezes cursos técnicos e ou profissionalizantes, os alunos são colocados em uma sala de aula tradicional e provocados a resolverem problemas complexos com teorias que não sabem ao certo se realmente usarão em sua vida adulta.

Quando esse ex-aluno, desse sistema que não tem mais contato com a cultura, humanidade e socialização impulsionada pela ludicidade da educação infantil, se vê no looping infinito que as rotinas de trabalho impõem, ele morre por dentro. Se torna o trabalhador que inicia às segundas feiras na esperança de chegar a sexta-feira.

Esse comportamento já mapeado e percebido pelas instituições, foi identificado como mortal, embrionário de distúrbios neurológicos, e tem mandado pessoas para tratamentos de ansiedade e depressão pela falta de plenitude, visão de realidade, ou seja, de compreensão do agora.

No intuito de tratar e eliminar esse ciclo do capitalismo, as instituições de ensino e corporações do século XXI tem organizados eventos utilizando elementos de ludicidade.

Segundo o dicionário Aurélio ludicidade significa: “qualidade do que é lúdico”.

Ludicidade são atividades de caráter livre, para que uma brincadeira seja considerada lúdica a criança precisa escolher participar ou não. A ludicidade não se delimita apenas aos jogos, as brincadeiras e aos brinquedos, ela está relacionada a toda atividade livre e realizadas com prazer, em grupo ou individual.

As brincadeiras na Educação Infantil são atividades lúdicas bastante utilizadas por professores em salas de aula, elas representam muito mais do que um “faz de conta”, é um momento de privilégio. É considerado um momento de experiências onde as instituições mais contemporâneas entenderam que essas características auxiliam no desenvolvimento de competências do século XXI, exigidas pelo mercado e que estão na bagagem dos, hoje, adultos, mas que não utilizaram até então.

Assim como na ludicidade as instituições de ensino estão formatando suas aulas possibilitando que os estudantes escolham o que querem aprender, como querem aprender, gerando autonomia e engajamento desses alunos com elementos de jogos, onde ao final da experiência de aprendizagem os resultados são compartilhados, e essa possibilidade estimula os times que jogam e os times que assistem a assumirem desafios com mais facilidade.

Uma vez entendido pelas equipes de colaboradores ou de alunos que existem metas, métodos, sistematizações e datas para serem cumpridas, mas em um ambiente de colaboração que usa a competição para experimentar, errar rápido, corrigir rápido e acertar, a eficiência da aprendizagem se torna instantânea.

O uso dos elementos da ludicidade em sala de aula se torna um privilegio, melhorando o clima do ambiente de aprendizagem que oferece aos estudantes corporativos ou não, a possibilidade de experimentarem situações novas, compartilharem experiências, bem como as preparam para superar novos desafios.

É por meio das brincadeiras que as crianças expressam seus sentimentos, os adultos acabam fazendo o mesmo, eliminando relações tóxicas e comportamentos superficiais. O ambiente se torna propício para abordagens mais criativas onde as equipes aprendem que existem regras a serem respeitadas, se colocam no lugar do outro e expõem as relações do seu cotidiano. As brincadeiras permitem que o professor trabalhe com o concreto ou abstrato, permite diversas maneiras e formas dos profissionais ou jovens estudantes, realizarem determinada atividade proposta, prevalecendo um aprendizado significativo e divertido.

                                - Prof. Fernando Novais

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