As famosas aulas dialogadas e expositivas são oriundas do antigo ensino baseado em formação de mão de obra para a indústria, em formato militar e prussiano corresponde a um modelo de ensino utilizado por muito tempo e por muitas escolas.
Dessa maneira, o professor ficou por muito tempo sendo responsável por conduzir a aula e os alunos reagindo de forma passiva, aceitando tudo passivamente pois o detentor do conhecimento participam de forma passiva.
Mas esse cenário mudou, já há alguns anos o mundo está solicitando mão de obra mais bem preparada pois estavam chegando adultos oriundos desse modelo de escola que simplesmente atendia demandas antigas, mas não hoje. Hoje as aulas têm metas e métodos, não existe mais apenas dar uma aula, o professor precisa conduzir o aluno até a aprendizagem de forma ativa deixando-os com fome de conhecimento, interessados e engajados.
As metodologias ativas consistem na mudança do paradigma do aprendizado e da relação entre o aprendiz e o professor. O aluno passa então a ser o protagonista e transformador do próprio processo de ensino e aprendizagem, enquanto o educador assume o papel de um curador, não mais sendo o centro e detentor do conhecimento, mas o que direciona, abrindo espaço para a interação e participação dos estudantes na construção do conhecimento.
As metodologias ativas podem ser aplicadas de diversas formas no ensino. Conheça as principais delas:
O ensino híbrido ou blended Learning como define Michael B. Horn em seu livro Blended, ensino em camadas, pressupõe que a interação pode ser multi-plataforma e em momentos diversos, flexibilizando a interação entre aluno, professor, conteúdo e experiência. O ensino híbrido é uma aprendizagem baseada em competência, quando bem aplicado, forma a base de um sistema centrado no aluno.
O desafio é aplicar esse modelo em larga escala e para isso o uso da tecnologia no ensino facilita o contato do aluno com o conteúdo, permitindo que o estudante busque fontes, informações e dados online rapidamente com a finalidade de complementar o que foi construído em sala, ou melhor, no encontro presencial que não necessariamente é em uma sala, esse local, agora pode ser chamado de laboratório de aprendizagem. Uma vez que também pode ser virtual dependendo da proposta do encontro. Atualmente existem os encontros síncronos, ou EPV- encontro presencial virtualizado, que acontece no mesmo formato de um encontro presencial, mas como ele é massivo, ele não precisa estar geograficamente no mesmo local que o aluno, ele pode ser feito por transmissão via satélite ou web.
A sala de aula invertida consiste na inversão do modelo tradicional, no qual o professor aplica um determinado conteúdo e em seguida, em casa, ou fora do ambiente escolar, o estudante tenta resolver os exercícios e identificar suas dúvidas. Essa abordagem, permite que os estudantes tenham o primeiro contato com o conteúdo antes de chegarem na sala de aula, onde trabalharão práticas aplicadas pelo professor, assim, o momento mais complexo da aprendizagem tem um especialista de suporte, otimizando tempo e gerando mais eficiência no processo.
Sala de aula tradicional - Tempo
Sala de aula invertida - Tempo
(Bergmann, Jonathan; Sams, Aaron. Sala de aula Invertida. Rio de janeiro LTC, 2016)
Esta é uma análise comparativa de Jonathan Bergmann, comparando o uso do tempo em uma sala de aula com modelo tradicional e o uso do tempo em uma sala onde foi aplicada a metodologia invertida.
A gamificação é o uso da lógica dos jogos em contextos empresariais ou de sala de aula. Trazendo esses elementos para a educação, a gamificação no processo de ensino e aprendizagem significa usar as estratégias dos jogos para tornar o processo de aprendizado mais significativo, valendo-se de comportamentos naturais do ser humano como competitividade, socialização e busca por recompensa e prazer pela superação.
É fato que a gamificação pode ser aplicada de diversas maneiras no intuito de engajar os alunos. Certamente, as promessas de aumento de envolvimento de estudantes e de colaboradores em ambientes empresariais, a possibilidade de interação e experimentação, e a sensação de protagonismo proporcionada pela metodologia, seduzem aqueles que buscam pelo desenvolvimento contínuo em um contexto educacional.
Foram citadas 3 formas de aplicar metodologias ativas mas existem muitas outras que estão sendo aplicadas nesse blog, fique atento a nossas publicações.
Como as metodologias ativas podem beneficiar as práticas pedagógicas?
Com as abordagens ativas, as práticas pedagógicas são estrategicamente pensadas para colocar o estudante em ação, respeitando a Teoria do Cone de dale ou pirâmide de Glasser.
Outra condição que as metodologias ativas auxiliam é na resolução de problemas complexos, pois isso pode ser estimulado dentro ou fora de sala de aula até chegar a inúmeras formas de solução, utilizando uma metodologia invertida por exemplo, podem ser passados estímulos visuais, leituras e depois em sala com os pares, a discussão para atribuir soluções aos problemas em questão.
Dada uma aplicação como a do exemplo citador, podemos auxiliar no desenvolvimento da competência de pensamento crítico conforme os 4Cs da aprendizagem. Trabalhando as dimensões cognitivas quanto as dimensões socioemocionais.
Contudo, entende-se que metodologias ativas são modelos de ensino que focam no desenvolvimento de abordagens que dão autonomia ao aluno, estimulam a colaboração, a comunicação e o pensamento crítico. A participação dos alunos de forma integral no processo de ensino e aprendizagem auxiliam na percepção da absorção do conhecimento, ou seja, o aluno tem a consciência que está aprendendo. Aumentando sua flexibilidade cognitiva. Todas essas condições são benefícios para as práticas pedagógicas.
É importante ressaltar que para que aconteça o resultado efetivo, os educadores precisam manter-se em constante aprendizagem, aplicando o longlifelearning.
- Prof. Fernando Novais