Prof. Fernando Novais da Silva
Esse texto é para você que está vivendo na incerteza de não saber o que escolher para estudar, não sabe que profissão seguir, fique tranquilo, você não está sozinho, somos todos amadores.
Atualmente escrevo para vários sites e blogs, mas existiu um tempo quando eu jamais havia publicado um texto online e o único editor de textos que eu conhecia era o Microsoft Word.
Antes de usar negrito nas frases mais chamativas, dos hiperlinks, dos subtítulos e antes de escrever artigos com dicas que eu mesmo gostaria de ter conhecido alguns anos atrás. Hoje, escolhi inverter esse cenário.
Ao invés de posar como conhecedor dos assuntos diversos, educação, carreira, gestão, neurociências e liderança, e ficar listando dicas, quero passar um recado bem simples. Somos todos amadores!
De algum jeito, o termo “amador” ganhou um significado equivocado de uma pessoa não profissional, ou alguém sem seriedade com o seu próprio trabalho. Entretanto, voltemos à quando você estava começando, o seu trabalho ou um hobby, desde que seja algo que você amava fazer.
Você se lembra quando trabalhava nisso a ponto de não conseguir parar? Não lhe interessava a repercussão dos resultados. Sua atividade não era um meio, era o fim. O importante era estar jogando o jogo… Depois de determinado período, momentos assim, tão inspiradores, se tornaram lampejos.
Porque, com a preocupação com os resultados, planejamento, organização, controle, gestão, acabativa, marketing, seu comportamento e sua marca pessoal, seu trabalho deixa de ser o fim e torna-se apenas um meio.
Com o tempo, seu profissionalismo cresce, seu lado amador vai sumindo e a chama que te movia no começo se torna uma pequena faísca. A motivação continua existindo, mas o foco muda e, na grande maioria das vezes, pode ser assustador lembrar do último lampejo, do último momento que você fez algo simplesmente por fazer, pela primeira vez, sem ânsia pelo resultado, na inocência do aprender como essência e curiosidade, fome pelo saber, sem ter que ser, sem ter que usar, apenas pelo saber, sem se preocupar com a repercussão que traria. Nessa fase atual, é justamente isso que precisa ser resgatado!
Não importando a sua experiência de mercado, agora não é momento de posar como especialista, aliás especialista em que, se o mundo não para de mudar, já dizia Alvin Tofler, o mundo se reconfigura a cada seis meses com o advento da internet, no livro Gestão do amanhã. A autopromoção exagerada é sempre chata, mas, agora, chega a ser repugnante.
A fase é tão delicada que a linha separando o oportunismo e a vontade de ajudar ficou tênue. Por exemplo, um cupom de desconto de 50% com o código #FICAEMCASA é ajuda ou oportunismo? Definir uma resposta conclusiva para essa questão, seria mero achismo, mas o oportunista fica exposto quando divulga seu produto como a solução para a crise atual.
É hora de entender que tem algo acontecendo no mundo muito maior que você e seus negócios. De abaixar o megafone, guardar o diploma do MBA na gaveta, jogar fora os panfletos e, se não podemos estender a mão fisicamente, que seja virtualmente. Como eu posso ajudar é a única pergunta a ser feita? Resgate algo que você fazia por paixão, por tesão mesmo, ou comece um projeto inédito, e compartilhe isso com o mundo.
Propósito é a palavra que ecoa e gera conexão. As más notícias, tristezas e solidão, conflitos, manifestações, as notícias e redes sociais já estão repletas. Sejamos sensatos, elas existem, não devem ser negligenciadas.
Mas que não dependam de você para compartilhá-las. Seja o distribuidor de boas palavras, ações e aspirações.
Dê uma bela respirada para escapar de toda essa inundação, tome fôlego e, então, auxilie as pessoas a fazerem o mesmo. Sejamos todos amadores novamente e não se acanhe por ter dúvidas, mas inicie algo.