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O novo papel do estudante da nova geração

Prof. Fernando Novais da Silva

Atualmente as metodologias e abordagens dos professores mudaram, o que faz com que esse novo aluno deixe de ser um mero ouvinte e comece a ser mais provocado e desafiado de forma que ele tenha que buscar os componentes de formação através de projetos, jogos, e diversas atividades práticas e genuína.

Para o novo estudante, adequar-se ao que a empresa espera é uma competência, portanto faça esse alinhamento.

Os alunos de hoje, são pessoas que se importam verdadeiramente por pessoas, as organizações, finalmente, começaram a colocar pessoas em primeiro lugar, sem pessoas, nada é feito. E um dos principais desafios dos profissionais de RH e T&D das empresas, que hoje mudaram de nome, hoje são departamento de fontes humanas ou gente e gestão é lidar com os profissionais que hoje são considerados os ativos mais importantes da instituições.

Grande parte dos desafios atuais são relacionados com os conflitos de gerações te esses conflitos não são positivos para os resultados das organizações que precisam de todas as gerações atuantes e congruentes, mas principalmente com a geração que hoje compõe uma grande fatia ativa do mercado de trabalho: os millennials.

De acordo com uma pesquisa do Itaú BBA, banco de investimentos do Itaú Unibanco, a famosa Geração Y comporta a maior parte da população brasileira, com 34% do total e representam 50% do capital humano das empresas de hoje. As estimativas da mesma pesquisa apontam que essa porcentagem chegará a 70% da força ativa do mercado até 2030.

Atualmente a geração Y, representa os trabalhadores mais experientes, os profissionais iniciantes em suas primeiras experiências de trabalho e ainda compõem uma faixa de acadêmicos que estão se preparando para vagas de trainee e estágios nas empresas.

Algumas características dessa geração impactam diretamente no perfil profissional:

– Comportam-se de maneira mais arrojada, arriscam mais

– Preocupam-se menos com estabilidade e solidificação de carreira em uma mesma empresa;

– Extremamente imediatistas e menos insegurança para tomada de decisão;

– Políticas e regras institucionais são grandes desafios para os millenials, eles dificilmente se adequam;

Outra situação, é que essa geração tem um perfil multitarefas, multidisciplinar, pois, a maioria dos indivíduos dessa geração não se identifica apenas com um cargo, eles se identificam com o propósito nas ações relacionadas ao trabalho além de tenderem a separar menos hobbies e carreira.

Muitas empresas aprenderam a lidar com essas características e acham positivas, no entanto, não existem comprovações científicas que ser multitarefas existe. Normalmente quem se define multitarefas pode ser alguém que se interessa por assuntos diversos, porém, não tem profundidade em nenhum. E perde o foco e o interesse facilmente.

Outra característica sobre esse imediatismo é estar diretamente relacionado a ansiedade, sendo difícil de trabalhar devido a baixa resiliência nos desafios da vida. Outro impacto desafiador para as empresas que lidam com esse perfil são a alta rotatividade e difícil retenção desses talentos.

Para o novo estudante, esse que o século XXI espera, precisa fugir de estereótipos, precisa buscar a melhoria contínua, o longlife Learning. Não pode se limitar a graduação, precisa continuar sem pausa, o estudo deve estar em sua rotina, mesmo que com menos intensidade do que na graduação, mas ele precisa estar em constante movimento de atualização e desenvolvimento, se não aprendendo por si só, aprendendo com as equipes dentro das empresas.

Com o que essa geração se importa?

Dados de uma pesquisa atribuída a consultoria Robert Half ,demostram que, nos últimos três anos, a taxa de turnover de funcionários cresceu em 38% das empresas no mundo, no entanto as taxas no Brasil são muito maiores: 82% das organizações nacionais viram o aumento desse fenômeno na mesma época.

Atualmente, os profissionais conseguem separar bem a vida pessoal e profissional e caso se sintam desvalorizados, não encontram o propósito na sua atividade desempenhada ou em metas da empresa, não encontram oportunidades na empresa atual, acabam aceitando novas oportunidades em outras empresas sem pestanejar. É comum que na troca nem tenha um pacote tão vantajoso, mas no intuito de viver novas experiências, rotinas e ares, tendem a mudar de emprego.

Muitas teorias sobre liderança defendem que os profissionais são contratados pelas competências técnicas e são desligados pelas suas incompetências socioemocional, assim como, os profissionais não desistem de sua empresa e sim de seu líder. O millenial deixa isso claro em suas ações. Um líder despreparado para lidar com essa geração tende a gerar insatisfação nessa geração, ponto que já foi apontado diversas vezes como implicador para a retenção.

Para o novo estudante, desenvolva a empatia a capacidade de pertencimento a uma equipe, faça o exercício de entender como ser necessário, ou melhor desejado nessa equipe. Seja empreendedor dentro da empresa.

E o novo profissional?

Certas características apontam para um mundo extremamente tecnológico, portanto, as habilidades comportamentais serão o que fará a diferença entre humano, máquina e do que pode ser feito por inteligência artificial.

Entre as competências mais solicitadas no mundo, podemos listar as da lista abaixo:

Flexibilidade;

Criatividade;

Resolução de problemas complexos;

Pensamento crítico;

Gestão de pessoas;

Negociação e persuasão;

Inteligência emocional;

Basicamente as competências do Fórum econômico mundial bastante citadas no texto Flexibilidade cognitiva desse blog.

Para o novo estudante, a leitura de si mesmo, o autoconhecimento e autogestão para entender o que precisa melhorar e o que ele já é bom de acordo com a expectativa do mercado para esse profissional, é demonstrar que está atualizado e coerente com o que acontece, é o “cara antenado”.

A importância da multidisciplinaridade

Hoje, temos uma entrada no mercado da geração Z, onde o comportamento é mais digital ainda que a “Y”, tornando-os com mais afinidade a tudo que é tecnológico, ao mesmo tempo se considerando mais multitarefas e menos engajados com o que precisa ser feito. São profissionais de muita iniciativa e pouca acabativa.

Para uma melhor definição é mais assertiva usar o termo “multi–habilidade”, esse sim é um profissional que todas as empresas querem. A tendência dos profissionais multi-habilidade é terem comportamentos com olhar sistêmico, olhar global. Eles se importam com os processos e querem participar das jornadas, das experiências, valorizando mais o caminho do que o objetivo final.

Para o novo estudante, é importante sim ter muitas habilidades e a de lidar com várias pessoas completamente diferentes é o que vai te elevar, vai te deixar para cima, vai abrir portas e dará voz para dar ideias em processos e projetos.

As empresas estão cada vez mais compreendendo esse comportamento e valorizando essas capacidades comportamentais. Por essa razão, um dos principais fatores que devem ser considerados quando pensamos no profissional do futuro é não pensar apenas no profissional, mas nas composições de diferentes forças e habilidades em equipes multidisciplinares, dentro de seu ecossistema, pois ele quer significado.

Se eu pudesse reformar a educação, colocaria os alunos de todos os cursos juntos em uma só sala fazendo projetos multidisciplinares. Dessa forma teríamos um momento bem próximo do que acontece na prática nas empresas.

Fernando Novais da Silva- Em 2019 quando estava como diretor da Unidade da Faculdade Censupeg em Joinville-SC.

A multidisciplinaridade das equipes vai muito além de unir um grupo com diferentes funções e habilidades técnicas. Também não significa que todos os profissionais devem ser generalistas. Diferentes conhecimentos técnicos são sim essenciais, entretanto as diversidades de pessoas criativas, por exemplo, geram um ecossistema de crescimento sistêmico inteligente que beneficia todos que pertencem a esse ecossistema. Mas uma equipe multi-habilidades, também leva em consideração pessoas com diferentes facilidades e aptidões comportamentais e interpessoais.

As pessoas são únicas e crescem quando existem outras pessoas com a mesma energia, a pluralidade alimenta esse ciclo. A evolução de cada um de nós como profissionais é a soma do repertório de cada um, é a reflexão das nossas experiências, referências e habilidades desenvolvidas ao longo do tempo. Nossas reações aos estímulos e aos problemas também são diferentes nesse contexto.

Portanto, o potencial de equipes multidisciplinares é tão alto que as empresas que conseguirem unir e engajar diversidade em seu DNA, serão extremamente mais competitivas e esse novo profissional, ou aluno recém-formado, que já estudar com a pegada do desenvolvimento contínuo.

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