Censupeg há 1 ano
Tempo de leitura: 10min e 32 sec #Educação

Escutar para acolher, não para responder!


Alguém já te ensinou a escutar? Não apenas ouvir a partir de um aparato físico ou até mesmo analógico, mas escutar.

Quando escutamos, recebemos um convite de nos posicionar para além de nós mesmos, para além de uma reação instintiva de poder ou dominação. Somos convidados a dar um passo para fora de si, nos despindo dos carregamentos armamentistas que as palavras proferidas podem carregar, mas de uma posição de presença, de acolhimento, de escutar com todos os nossos sentidos.

Somos ensinados em diversos contextos e plataformas a nos posicionar e a expressar nossas aversões e preferências. Mas, e a escuta? O que acontece depois que eu transmito algo sem refletir sobre o receptor da minha mensagem? Muitas vezes, inconscientemente, vivemos relações diárias marcadas por violência. Quando alguém só quer falar, muitas vezes não espera que o outro conclua sua colocação, já completando a frase e não permitindo que ela se expresse completamente. Ou, quando já está ouvindo com o objetivo de responder, atravessando a fala do outro e, ainda, demonstrando impaciência.

A Comunicação Não Violenta menciona que muitos conflitos têm origem em necessidades não atendidas, gerando frustração e mal-estar. Na maioria das vezes, isso se deve à falhas na comunicação. Isso reflete o quanto, entre uma multidão de ouvintes, poucos são aqueles que realmente escutam. Em diferentes contextos sociais - seja no ambiente corporativo, familiar ou escolar - nos deparamos com uma surdez que não é considerada patológica.

Quantas vezes conversamos com alguém ou mencionamos uma necessidade e nos sentimos desatendidos ou até ignorados? Como se a pessoa a quem estamos nos dirigindo estivesse apenas seguindo um protocolo? E se, essa pessoa não é você?

Devido à pressa, as pessoas raramente estão "presentes" nas conversas cotidianas. O ritmo produtivo de hoje nos mantém no automático, presumindo que já sabemos o que o outro vai dizer e que não precisamos ouvi-lo até o fim. Ou até mesmo nomeamos ou concluímos suas frases. Nós nos colocamos na posição de "telepatas" com os outros, achando que já sabemos o que será dito, mesmo antes de ser dito, não deixando espaço para o desconhecido. E isso, não é escuta ativa.

A escuta ativa é justamente o oposto. Significa ser ouvinte, estando totalmente presente para o outro. O espaço de escuta é um espaço de acolhimento e de desconhecido. Acolhemos, ao entender que, muitas vezes o outro só precisa deste espaço para poder existir e pertencer com sua narrativa, expor uma necessidade ou apontar uma dúvida. Podemos falar sobre liberdade, mas ser um ouvinte prisioneiro, impactando, sem perceber, a qualidade de vida de quem fala. 
Quando adotamos uma postura inicial de imposição das nossas ideias, sem considerar o que ainda não conhecemos e, filtramos o que escutamos apenas para confirmar nossas próprias opiniões, acabamos rejeitando tudo o que é novo. Por outro lado, ao praticar uma escuta atenta, permitimos que nossa prioridade não seja formular uma resposta imediata, mas sim absorver o conteúdo com nossos sentidos, sem preconceitos ou julgamentos. Isso nos permite, posteriormente, refletir de maneira mais apropriada diante da situação.

Outra maneira de praticar a escuta ativa é fazer perguntas. Dessa forma, a pessoa sente a presença no diálogo, criando um encontro de "Eu e Tu", e não "Eu, Objeto", onde a pessoa não se sente ouvida ou acolhida. A objetificação das pessoas é uma realidade que, se não estivermos alerta, podem se manifestar nas relações afetivas. Ao escutar, não é necessário entender precisamente e imediatamente. Isso abre espaço para possibilidades de exploração, questionamento e iluminação de aspectos que podem ser obscuros para o outro, mas já claros para você. Podemos escutar e não entender completamente. Podemos não entender e perguntar, sem ferir, sem nos armarmos de emoções e discursos individualistas.

Que possamos nos permitir ouvir diariamente, independentemente dos papéis que desempenhamos. Líderes e liderados não devem se basear apenas em suas próprias experiências, mas também respeitar seus grupos de trabalho e relações sociais, exercendo o poder do coletivo. Orientar e conduzir processos, permitindo as particularidades de cada um, sem controle e imposição silenciosa.

Em um mundo cada vez mais acelerado e cheio de distrações, a escuta ativa se destaca como um antídoto valioso para construir laços significativos. Ao compreender e praticar essa habilidade, você não apenas aprimorará suas interações diárias, mas também cultivará relacionamentos mais autênticos e enriquecedores. Portanto, esteja disposto a ouvir, compreender e conectar-se verdadeiramente com aqueles ao seu redor, e você colherá os frutos de relações mais profundas e satisfatórias. Já dizia o poeta e psicanalista Rubem Alves: "O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila". 

Autoras:
Andreana de Borba – Núcleo de Oportunidades e Carreira - ConectAtivos da Faculdade CENSUPEG.
Yasmin Naji Ferreira Weber – Saeshia da Gente e Saeshia da Integridade.


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